segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Morte de Zé do Prato, maior locutor de rodeio da região, faz 20 anos


No dia 27 de janeiro de 1992, o povo brasileiro chorou a perda do locutor de rodeios Zé do Prato. Considerado até hoje como o grande pai da festa de peão, o "Anjo Negro" morreu aos 43 anos de idade, vítima de uma infecção no pâncreas.
"Ele foi um deus do rodeio. Até hoje não tem um locutor igual a ele", diz o amigo André Luis de Lima.
Zé foi um dos maiores locutores de todos os tempos e um dos mais requisitados em todo o país. Recebeu a proposta para encarar a profissão quando trabalhava em uma rádio em Regente Feijó, onde nasceu. O responsável pela descoberta do locutor foi o dono da primeira companhia de rodeio do Brasil, Jorge dos Santos.
"Mandei meu filho chama-lo e falei: ‘Zé, quanto você ganha por mês na rádio?’. Ele falou: ‘Eu ganho 300 mil-réis’. E eu brinquei: ‘Vou te pagar 300 por rodeio, mas você vai ter que montar em três cavalos primeiro’. Ele recusou e eu avisei que ele ia ser só locutor. Daí ele topou viajar comigo", relembra.
No começo, Zé do Prato - o apelido veio na infância, devido ao instrumento que ele tocava na fanfarra da cidade - não entendia nada de rodeio, mas foi aprendendo aos poucos e logo se mudou para Piracicaba (SP), onde sua maneira de falar, o jeito de brincar e fazer amizade atraía o grande público às arenas.
"Ele era calmo, educado, tinha um gravador na cabeça, não esquecia o nome de ninguém, apresentava sem papel e agradecia aos fazendeiros, aos comerciantes", conta Santos.
O ex-peão Adão Correia montou por mais de 25 anos e diz ter pedido as contas de quantas provas participou com a locução de Zé do Prato. A trajetória ultrapassou as arenas e virou uma grande amizade.
"Nós éramos amigos inseparáveis. Onde um estava, o outro estava. Ele nunca falava o que estava acontecendo, ele sempre estava em uma boa", afirma.
A irmã mais nova do locutor acompanhou os últimos momentos de luta conta a doença, quando ele foi transferido para um hospital em São Paulo.
"Ele tinha esperança de que ia sair e voltar a fazer rodeio. Ele tinha muita fé em Nossa Senhora. Ele brincava muito com o empresário, dizia ‘Já marcou o rodeio?’. Ele tinha esperança, jamais passou pela cabeça dele que seria o fim", emociona-se a irmã Ana Rita de Souza.
Ao lado dela, a outra irmã, Sônia Aparecida de Souza, conta que foi tudo muito rápido. Zé foi internado no dia 27 de dezembro de 1991 e morreu um mês depois.
"Para a gente, foi um susto. Ele estava fazendo rodeio, um pouco antes do Natal. Foi muito triste", diz.
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